Olindo Bez Birolo e Maria Borges Bez Birolo
Olindo Bez Birolo nasceu em 27 de dezembro de 1934, em Urussanga, no Rio Caeté. Filho de Celeste Bez Birolo e Francisca Rovaris.
A família toda trabalhava na roça e foi nesta atividade que Olindo exerceu até a juventude. Durante este período, Olindo acompanhou, muitas vezes, as passagens dos tropeiros serranos, que vinham para o litoral, trazendo mercadorias produzidas na serra, para serem trocadas por outros mantimentos. Trocavam, principalmente, charque, maça e queijo por farinha, arroz, banana, entre outros produtos. Nestas viagens os tropeiros faziam a parada na casa dos pais de Olindo, no Rio Caeté.
Na juventude, foi trabalhar na mineração, na Mina Condor, em Cocal do Sul como escolhedor de carvão. Nesta atividade conheceu a Maria Borges, que também trabalhava na escolha. Deste conhecimento resultou em namoro e do namoro, em casamento. Dizia a Maria que o Olindo foi o seu primeiro e único namorado. A mãe de Olindo, Francisca, italiana da gema, no início na aceitava o namoro, por causa da origem brasileira. Como tinham esta oposição da mãe em relação ao seu namoro, Olindo e Maria foram morar juntos, sem fazerem o casamento. Tempos depois é que o casamento foi realizado apenas no civil, em Rio América.
A rejeição de Francisca pela nora brasileira chegou a ser tão forte que no início ela apresentava para as pessoas só os três netos que tinham os cabelos claros, filhos de Olindo e Maria – Sônia, Manoel e Mário – e não fazia nenhuma referência aos três netos que tinham o cabelo escuro – Fátima, Rosa e Marilda. Os de cabelo claro eram considerados italianos e os de cabelo escuros, brasileiros. Com o tempo, esta rejeição foi desaparecendo e Francisca e Maria tornaram-se amigas.
Ao completar 21 anos de idade, Olindo seguiu os mesmos passos da maioria dos jovens da sua época, foi trabalhar na mina, mas como mineiro, no subsolo. Por volta de 1964, devido a uma grande crise que afetou a mineração, Olindo perdeu o seu emprego de mineiro. Como a casa em que morava era da empresa, teve que deixar o Rio América. Além de perder a casa, não recebeu a saída, deixando-o em situação difícil para sustentar a família. Com cinco filhos, veio para Cocal do Sul, trabalhar como lenheiro com o sogro, Elvído João Borges (conhecido como Vidoca).
Depois de uns dois anos que morava em Cocal do Sul, a Carbonífera Metropolitana começou a contratar funcionários para trabalhar na mineração. A fim de garantir a sua vaga na empresa, Olindo foi morar de favor na casa do seu compadre, Pedro de Oliveira, no Bairro Colonial. A casa era pequena e a família de Pedro era numerosa, com oito filhos. Olindo, com mais seis filhos, contando com o nascimento da sua filha mais nova, Marilda, tiveram que se acomodar em apenas um quarto da casa. Foram momentos difíceis para a família, que tinha que escolher quais filhos seriam alimentados em cada refeição.
Com a contratação na Carbonífera Metropolitana e com o recebimento de uma parte da indenização da saída da mineração no Rio América, Olindo conseguiu comprar uma casa para a família.
Nesta época, a Carbonífera Metropolitana foi dividida entre as famílias Freitas e Guglielmi. Nesta divisão, Olindo ficou na empresa que coube à Família Freitas e trabalhou até se aposentar.
Depois de se aposentar, Olindo e Maria, decidiram sair da Operária – onde moravam os trabalhadores da mina – para ir morar num local melhor para criar os filhos. São Simão foi o bairro escolhido, porque ali morava uma irmã de Olindo – Dozolina – casada com Luciano Kanarek. Olindo comprou um lote do seu Antônio Askel, trouxe a casa de madeira que tinha na Colonial e colocou-a no lote, na Rua Otávio Fontana. A casa ainda conserva uma parte original, principalmente o telhado, feito com armação de pindavuna e canela preta.
Em São Simão, foi trabalhar na roça com o cunhado Luciano Kanarek. Este trabalho durou pouco tempo, indo depois trabalhar no bananal do Benito Casagrande e Adelor Angeloni, durante 16 anos. Em seguida, trabalhou uns quatro anos como zelador no sítio de Aristorides Stadler.
Seu último trabalho foi no Clube Mampituba, onde permaneceu por quase 15 anos. No Mampituba exerceu várias atividades, desde serviços gerais até guarda. Era um trabalho que fazia de segunda a segunda. Nos eventos ainda ai trabalhar na guarda dos carros nos estacionamentos. Com 71 anos de idade, deixou o clube e passou a viver em casa, sempre reclamando porque não tinha trabalho. Faleceu aos 79 anos de idade.
Maria Borges, nasceu em 26/12/1937, filha de Elvídio João Borges e Rosa Smenia. Durante a juventude trabalhou como escolhedeira, na Mina Condor, onde conheceu o Olindo. Após o casamento, deixou o serviço na escolha e passou a dedicar-se aos serviços da casa, cuidando da família. A partir dos 34 anos até o seu falecimento, sempre teve problemas de saúde, principalmente, nos pulmões. Veio a falecer aos 64 anos.
DESCENDÊNCIA DE OLINDO BEZ BIROLO E MARIA BORGES BEZ BIROLO
- Manoel, casado com Rosalidia Citadin. Filhos: Jean Carlos e Carla
- Maria de Fátima, casada com Pedro João dos Santos. Filha: Camila
- Rosa. Filha: Karine
- Sônia, casada Reni Manoel Moreira (divorciados). Filhos: Greice e Gustavo. Em segundo casamento com Irisvaldo Kanareck. Filhos: Jéssica e João Vitor
- Mário, casado com Maria Helena Aguiar. Filhos: Caio e Cássia
- Marilda, casada com Jucemar Francisconi. Filhas: Aline, Amanda e Ariele
3 Respostas para Olindo Bez Birolo e Maria Borges Bez Birolo