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Luciano Kanareck e Dozolina Bez Birollo 

Luciano Kanareck nasceu no dia 1º de outubro de 1925, na localidade de Linha Ferreira Ponte, no município de Cocal do Sul. Filho de Henrique Kanarek e de Sofia Cizeski.

Quando criança frequentava a escola apenas quando chovia, nos dias de sol ia para a roça com os pais. A escola ficava na Linha Ferreira Ponte. A professora era a Adelinda Bergmann, futura esposa do Jorge Zanatta. À noite, para poder aprender mais, dirigia-se à casa da professora, para que ela pudesse ensinar português e matemática. Desta forma, compensava as falta na escola e conseguia aprender as lições.

Com a idade aproximada de 13 anos começou a trabalhar na Mina Condor, localizada na Linha Persa, de concessão dos Búrigos de Cocal. A mina ficava na propriedade do Martinho Kanarek, seu avô. Depois de algum tempo a mina encerrou as suas atividades.

Com 18 anos, mas ainda morando em Cocal, veio trabalhar na mina do Abrão Zilli, a Mina da Poeira, em São Simão. Durante os primeiros seis meses, vinha e voltava a pé, numa distância de mais de 7 kms, por picadas, pelo meio do mato. Depois deste tempo, morou de pensão, na casa do Abrão Zilli, durante uns 3 anos, até o casamento.

No tempo de solteiro, gostava muito de futebol e, em São Simão, jogava no time do Oriente Futebol Clube. Nesta época, o time de Urussanga ia inaugurar do seu campo de futebol em jogo contra o Hercílio Luz, de Tubarão. Para reforçar o time de Urussanga, o Diomício Freitas veio buscar o Luciano para participar do jogo. Durante o jogo choveu muito, inclusive, caiu granizo. Em decorrência deste jogo nestas condições, Luciano ficou entrevado quase um ano e meio. Percorreu vários médicos e nenhum conseguia resolver a situação. Foi quando Natalício Lima, da Linha Ferreria Ponte, disse que era fácil resolver o problema. Mesmo com a reprovação do pai, Luciano resolveu fazer tratamento com o Natalício, que consistia na aplicação de uma mistura de 10 litros de azeite, 10 litros de álcool, um saco de farinha de mandioca, um balaio de folha em mamona e mentruz socada no pilão, que era esfregada no joelho. Com cinco dias de tratamento, Luciano saiu andando.

Em 46 começou a namorar com Dosolina Bez Birolo, moradora do Rio Caeté. Depois de 2 anos de namoro, Dosolina entrou de luto por causa do falecimento de um irmão. Naquele tempo o luto era cumprido à risca, ou seja, a pessoa tinha que usar roupa preta durante um ano, no mínimo. Este fato deixou o Luciano intrigado e acabou terminando o namoro.

Nesta época aconteceu o problema de saúde por causa do jogo de futebol. Um ano e meio depois de se restabelecer, foi a uma festa no Rio Caeté e ao rever a Dosolina, voltaram a namorar. Depois de seis meses de namoro, casaram-se em Urussanga.

Após o casamento ficou morando na casa dos pais, na Linha Ferreira Ponte, voltando a fazer o trajeto até a mina, em São Simão, a pé. Esta permanecia na casa dos pais durou um ano e meio. Foi quando nasceu a sua primeira filha, Iracema.

Para ficar mais perto do trabalho e da família, alugou uma casa do Vidoto, em São Simão, em frente ao Abrão Zilli. Depois de várias mudanças por São Simão, comprou 15 hectares de terra de José Della Bruna (Bepe) e construiu a sua própria casa. Este é o terreno onde mora hoje ainda.

Trabalhou na mina até a idade de 45 anos, quando se aposentou. Trabalhou na Mina da Poeira, junto com Abrão Zilli e na Mina 1, da Mineração São Simão. Atividade foi sempre como mineiro. Durante este período foi presidente da Cipa e escapou por duas vezes de acidentes de maiores proporções.

Após se aposentar, tirou três meses de descanso começou a trabalhar no corte de madeira para a mina, serraria e olarias da região. Tempos depois, instalou uma serraria na sua propriedade, em São Simão para a venda de madeiras para a construção de casas, como ripas e bardelas. Esta atividade foi praticada até a idade de 70 anos, quando teve que parar com a atividade, devido a problemas na coluna. Por causa deste problema, teve que se recolher à sua casa, onde permanece rodeado da família.

As abelhas sempre foram uma presença constante na vida do Luciano. Pegou o gosto pelas abelhas por causa do avô, quando ainda tinha 10 de idade. Onde ia as abelhas sempre o acampanhava. Chegou a ter em torno de 50 caixas de abelhas em atividade. O mel produzido era vendido na região e contribuía com a renda da família.

O futebol também sempre esteve presente na vida o Luciano, quer como atleta ou como dirigente. Era o esporte que mais praticava. Jogou nos times de Cocal do Sul e no Oriente Futebol Clube, de São Simão. Jogava no lado esquerdo do campo, na lateral ou na ponte esquerda. Tinha o apelido de Canhotinha de Ouro. Atuou nos gramados até a idade de 40 anos. Depois que deixou de atuar como jogador, passou a ser dirigente do Oriente Futebol Clube e do São Simão Futebol Clube, sucessor do Oriente. Como jogador ainda, junto com o Mário Denoni, que tinha um bar perto do campo, que ficava no terreno de sua família, reativaram o futebol em São Simão, com a formação de um time, que levou o nome de Oriente Futebol Clube. O primeiro jogo de camisa do time foi adquirido na Casa Renner, em Porto Alegre.

Durante uns 10/12 anos continuou à frente do time, participando de jogos na região e em cidades mais distantes, como Torres e Florianópolis. Neste período nome do time passou de Oriente para São Simão Futebol Clube. Do campo, na propriedade de Antônio Denoni, passou para o pasto do Abrão Zilli e, depois para o pasto do Octávio Fontana.

Sempre atuou na comunidade, onde participava de todos os eventos em busca de melhorias para o Bairro. Foi presidente da Comissão da durante uns 12 anos. Colaborou na construção da capela de alvenaria, em substituição a primeira capela de madeira. Foi no seu mandato que foi concluída a construção da capela. Para esta obra foram feitas diversas campanhas, sendo que uma delas era a doação de 500 tijolos por cada mineiro da Mineração São Simão, através de desconto em folha. Para a compra do cimento foi feita uma campanha entre os aposentados do bairro, onde cada um que desejasse contribuía com a doação de uma saca.

Ainda, durante o mandato foi construída a cancha de bocha ao lado do boteco, cuja madeira foram conseguida junto aos moradores e a construção foi realizada pelo Jácomo Da Soller. Do outro lado do boteco foi erguido o salão de dança. Todo mês era realizado um baile para arrecadar dinheiro para bancar a construção. Conseguiu as madeiras com os moradores do bairro e pagou o Sr Jácomo Da Soller para construir a cancha.

Para colocar água na igreja, no boteco, na cancha e no salão, o próprio Luciano fez um poço próximo deste local. A água era tirada do poço com baldes, através de um sarilho.

Participou da instalação da energia elétrica no Bairro São Simão. Diz Luciano que neste episódio havia uma disputa política para a colocação da energia entre a turma do PSD e a turma da UDN. Ambos os lados queria desfrutar deste dividendo. Como era do PSD, procurou o prefeito de Morro da Fumaça e presidente da Cooperativa de Eletrificação Rural, Jorge Silva, que pertencia ao mesmo partido. Antes que os do outro lado conseguissem se articular, Jorge Silva cumpriu com o combinado e em 40 dias começou a colocar os postes da rede de energia elétrica.

Na criação da secção eleitoral no Bairro São Simão contribuiu muito com conversas com o Juiz Eleitoral, Dr. Franzoi, no Círculo São José, em Criciúma, que ambos frequentavam. Argumentava sobre a necessidade de uma secção eleitoral no Bairro, já que os moradores da localidade tinham que se deslocar para vários bairros, a fim de votar.

Lembra Luciano Kanareck que nestes eventos sempre teve o apoio do Padre Estanislau Cizeski, vigário da Paróquia de Criciúma e seu primo.

 

Atualmente, Luciano está com 87 anos e mora em sua residência, onde passa o dia vendo televisão ou conversando com os filhos e amigos, de preferência, na rede instalada numa varanda, em frente à gruta, no jardim da casa. Luciano construiu esta gruta em homenagem a Nossa Senhora do Caravaggio, por causa de uma promessa feita quando esteve doente, em razão do jogo de futebol na inauguração do campo de Urussanga. A construção da gruta demorou, mas a promessa foi cumprida.

Dozolina Bez Birollo Kanareck aos 60 anos

Dozolina Bez Birollo Kanareck aos 60 anos

Dozolina Bez Birollo, nasceu no Rio Caeté, no dia 20/12/1927. Filha de Celeste Bez Birollo e de Francisca Rovaris. Durante a sua vida, sempre auxiliou nas atividades da casa e na lavoura, principalmente, no cultivo de verduras. Semanalmente, levava verduras nos restaurantes e mercados da cidade. Atuou como voluntária nas atividades da capela.

Faleceu em 03 de julho de 1994, com 65 anos de idade.

Descendência de Luciano Kanareck e Dozolina Bez Birollo

  1. Iracema, casada com José Bortolo Morona. Filhos: Luciane, Alessandro, Alexandra e Daniel;
  2. Irisvaldo, casado com Maria de Lourdes Henrique (divorciado). Filhos: Wagner, Marcelo, Daiane e Mateus. Casado com Sônia Bez Birollo. Filhos: Jéssica e João Vitor;
  3. Iriomar, casado com Consuelo Brocca. Filhos: Eduardo e Karina;
  4. Itamar Luciano, casado com Maria das Graças Joaquim (divorciado). Filhos: Reginaldo, Itamar Júnior, Cristina e Carolina. Casado com Márcia …….. Filho: Luciano;
  5. Idete Maria, casada com Alírio Ângelo Colonetti. Filhos: Ledjane, Alíce;
  6. Ilisete Maria, casada com Alcino Brunel. Filhos: Fernando, Felipe, Camila e Guilherme;
  7. Ivete Maria, casada com Sérgio Wladimir Santos Freitas.
Casamento Luciano Kanareck e Dosolina Bez Birollo

Casamento Luciano Kanareck e Dozolina Bez Birollo

Dozolina Bez Birollo Kanareck aos 40 anos

Dozolina Bez Birollo Kanareck aos 40 anos

Luciano Kanareck com 21 anos

Luciano Kanareck com 21 anos

Luciano Kanareck e seu pai Henrique Kanareck (de chapéu) assando churrasco na vala

Luciano Kanareck e seu pai Henrique Kanareck (de chapéu) assando churrasco na vala

Luciano Kanareck com netos

Luciano Kanareck com netos

Luciano Kanareck e Dozolina Bez Birollo com os filhos Iracema e Irisvaldo

Luciano Kanareck e Dozolina Bez Birollo com os filhos Iracema e Irisvaldo

(Informações e fotos fornecidas por Luciano Kanareck)

 

 

 

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